quarta-feira, 22 de maio de 2013

PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 78


GABINETE DO MINISTRO
PORTARIA INTERMINISTERIAL No-78, DE 8 DE FEVEREIRO DE 2013

Inclui os agricultores familiares beneficiários
do Programa Nacional de Reforma Agrária - PNRA,
entre os possíveis beneficiários do Programa Nacional de
Habitação  Rural - PNHR, integrante do Programa
Minha Casa, Minha Vida - P M C M V.

OS MINISTROS DE ESTADO DAS CIDADES INTERINO, conforme o artigo 1º, inciso I, do Decreto nº 6.532, de 05 de agosto de 2008, DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO E DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO, no uso de suas atribuições, e considerando a Lei nº 11.977, de 7 de julho de 2009, e os arts. 14 e 15 do Decreto nº 7.499, de 16 de junho de 2011, e a Portaria Interministerial nº 229, de 28 de maio de 2012, resolvem:

Art. 1º Ficam incluídos os agricultores familiares assentados, beneficiários do Programa Nacional de Reforma Agrária - PNRA, entre os possíveis beneficiários do Programa Nacional de Habitação Rural - PNHR, integrante do Programa Minha Casa, Minha Vida - P M C M V.
§ 1º Os agricultores familiares beneficiários do PNRA que não possuam Declaração de Aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (DAP) terão a renda familiar anual bruta atestada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA, na qualidade de gestor do PNRA, para fins de enquadramento no limite estabelecido para acesso ao PNHR, Grupo 1.
§ 2º A comprovação da renda familiar anual bruta, conforme fixado no parágrafo anterior, se dará por meio da Relação de Beneficiários - RB, devidamente homologada pelo INCRA.
§ 3º Os beneficiários do PNRA que já obtiveram Crédito Instalação nas modalidades Aquisição de Materiais de Construção ou Recuperação de Materiais de Construção somente poderão participar do PNHR na modalidade Reforma.
§ 4º Nos casos de projetos de assentamentos já criados o INCRA deverá atestar que os beneficiários preenchem as condições para o enquadramento no PNHR, Grupo 1.
Art. 2º O atendimento aos beneficiários do PNRA será feito de acordo com as necessidades dos assentamentos rurais do país, priorizadas pelo gestor do PNRA, considerando a demanda das áreas de reforma agrária distribuídas entre os Estados.
Art. 3º Nos projetos de habitação realizados em assentamentos da reforma agrária compete ao órgão gestor do PNRA:
I - orientar os assentados sobre as regras do PNHR;
II - fomentar a participação das equipes existentes de assistência técnica dos projetos de assentamento de reforma agrária na mobilização social e elaboração dos projetos habitacionais;
III - fornecer às entidades organizadoras e aos agentes financeiros a Relação de Beneficiários (RB) da reforma agrária;
IV - indicar assentamentos prioritários ao Ministério dasCidades para a mobilização das famílias e apresentação de projetos por parte das entidades organizadoras;
V - garantir as soluções de abastecimento de água e acesso;
VI - fornecer, se for o caso, a documentação referente à solicitação de instalações da rede de energia elétrica junto ao Programa Luz para Todos; e
VII - fornecer às entidades organizadoras cópias de mapas, plantas de localização e parcelamento, estudos, planos, licenças e suas condicionantes e demais documentos de planejamento ou de organização espacial e social dos projetos de assentamento.
Parágrafo único. Ato do Ministro de Estado das Cidades
poderá conferir ao órgão gestor do PNRA outras atribuições não previstas neste artigo.
Art. 4º As unidades habitacionais construídas em assentamentos da reforma agrária poderão ter sua posse transferida no caso de substituição do beneficiário da reforma agrária, na forma estabelecida em atos normativos editados pelo INCRA.
§ 1º O beneficiário substituído será excluído do Cadastro Único dos Programas Sociais do Governo Federal – CADÚNICO HABITAÇÃO e do Cadastro Nacional de Mutuários - CADMUT, quando não for responsável pela ineficácia de seu contrato, providenciando-se a inclusão do novo beneficiário nesses cadastros.
§ 2º O beneficiário substituído não terá direito a indenização.
§ 3º O novo beneficiário assumirá todas as obrigações porventura existentes perante o agente financeiro.
Art. 5º A propriedade do imóvel rural construído com recursos do PNHR somente será transmitida ao beneficiário do PNRA quando da transferência de titularidade da parcela rural, observado o prazo disposto no art. 189 da Constituição Federal.
Art. 6º Os beneficiários da reforma agrária que participarem do PNHR não terão acesso ao Crédito Instalação nas modalidades de Aquisição e Recuperação de Materiais de Construção.
Art. 7º Para os agricultores familiares beneficiários do PNRA aplicar-se-ão, naquilo que não contrariar esta Portaria, todas as disposições do PNHR, integrante do PMCMV.
Art. 8º Esta Portaria entra em vigor na data da sua publicação.

ALEXANDRE CORDEIRO MACEDO
Ministro de Estado das Cidades Interino
MIRIAM BELCHIOR
Ministra de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão
JOSÉ SPIER VARGAS
Ministro de Estado do Desenvolvimento Agrário

Incra apresenta “Minha Casa, Minha Vida” a assentados no Oeste do Pará



O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) realizou hoje (22), no Município de Oriximiná, Oeste do Pará, reunião com assentados para apresentar o programa “Minha Casa, Minha Vida” (MCMV). Ao todo, estão confirmadas, até o momento, as datas de dez encontros. As audiências têm o objetivo de esclarecer as regras do MCMV e essa fase de transição para o novo modelo de construção de casas em áreas de assentamento.

minha_casa_minha_vida_oriximina_22_05_13_3
Calendário de reuniões de apresentação do “Minha Casa, Minha Vida”/Oeste do Pará
JACAREACANGA
21 de maio
ORIXIMINÁ
22 de maio
ÓBIDOS
23 de maio
ITAITUBA
24 de maio
CURUÁ
25 de maio
NOVO PROGRESSO
26 de maio
ALENQUER
27 de maio
RURÓPOLIS
28 de maio
MONTE ALEGRE
29 de maio
PRAINHA
1º de junho
Desde fevereiro deste ano, quando foi publicada a portaria interministerial nº 78, os assentados da reforma agrária passaram a ser beneficiários do programa. Em razão disso, o Incra não mais destinará recursos para o Crédito Instalação, modalidade Aquisição de Material de Construção.
O crédito, no valor de R$ 25 mil, era ofertado pela autarquia a assentados para a construção de casas. A norma empregada previa o pagamento em 17 parcelas anuais, com juros do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) A, e carência de três anos. O Incra fiscalizava a operacionalização dos recursos repassados às associações das comunidades.
Com a inserção dos assentados como público do “Minha Casa, Minha Vida”, o Incra assume o papel de indicar as famílias que serão beneficiadas e prover suas respectivas localidades de infraestrutura.
minha_casa_minha_vida_oriximina_22_05_13_2O superintendente do Incra no Oeste do Pará, Luiz Bacelar Guerreiro (foto), destacou que com o programa “Minha Casa, Minha Vida” há mais recursos para a construção de casas em assentamentos.
Operacionalização
Caixa Econômica Federal (CEF) ou Banco do Brasil serão os agentes financeiros. Os projetos das habitações deverão ser apresentados por uma entidade organizadora indicada pelas famílias assentadas.
minha_casa_minha_vida_oriximina_22_05_13“Que pode ser uma associação, cooperativa, sindicato ou o poder público. A Caixa faz a análise do projeto e a contratação para que as famílias possam receber o subsídio destinado à construção e à recuperação das casas. As propostas já podem ser entregues”, informa Rosineide Lopes (foto), representante da CEF/Santarém (PA). Ela acrescenta que as entidades terão o papel de fiscalizar as obras.
Será concedido o valor de R$ 30.500 para a construção de habitações. As famílias beneficiadas pagarão somente 4% do valor financiado (R$ 1.220), em quatro parcelas anuais, sem juros e sem atualização monetária, com o vencimento da primeira parcela um ano após a assinatura do contrato. Para a recuperação de habitações, o valor fixado é de R$ 18.400 por família.
Os recursos serão disponibilizados conforme as medições das obras, que poderão durar de quatro a 12 meses.
No caso das associações que já estavam com recursos em conta referentes ao Crédito Instalação, modalidade Aquisição de Material de Construção, estas poderão escolher, mediante consulta aos assentados, se preferem as casas construídas com recursos do Incra ou do programa “Minha Casa, Minha Vida”.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Construindo com o INCRA

Trabalhando para finalizar as ultimas habitações do 1º contrato em nossa RESEX
Vista Frontal





Frente

Fundos

Nosso presidente Oscar Furtado fiscalizando o trabalho

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Novo Gestor da Chocoaré Mato Grosso

        Foi apresentado no ultimo sábado dia 20/04 para os diretores dos polos da nossa RESEX, o nosso novo gestor.
Chegada da equipe na "Casa do Pescador" em Pedrinhas
           A chegada  Sr. Maximiliano Niedfeld, vem em um momento adequado, pois alem de promover as mudanças necessárias para alavancar o processo de desenvolvimento dos nossos usuários  com responsabilidade socioambiental, ainda estaremos tendo, dentro de poucos dias a escolha da empresa que trabalhará a ATER Extrativista focada para nós. 


Propondo as ações com os usuários.
A reunião contou com a presença do gestor da RESEX Marinha de Maracanã, Sr Rodrigo Leal Morais e do representante do IBAMA, Sr. Antonio Melo, alem do presidente da CAUREM, Sr. Luis Carlos Araujo de Farias. 
Apos as apresentações, o Sr. Max, convocou os usuários para procederem a renovação dos membros do Conselho Deliberativo da RESEX, ao que ficou acertado as datas para as reuniões em nossos cinco polos.


Seja Benvindo

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

“1ª Baixada por Vontade Política das RESEX Marinhas do Pará”


“1ª Baixada por Vontade Política das RESEX Marinhas do Pará”,
Presidente do ICMBio, Sr. Roberto Ricardo Vizentin e a equipe da CONFREM


       Aconteceu em Bragança, de 21 a 25 de janeiro de 2013 com a participação de todas as AUREMs (Associações de Usuários das Reservas Extrativistas Marinhas) do Estado do Pará, evento elaborado e desenvolvido pela CONFREM (Comissão Nacional de Fortalecimento da Reservas Extrativistas Costeiros Marinhas do Brasil), que teve como finalidade principal, divulgar e orientar as AUREMs, prefeitos presentes e representantes do poder Publico Municipal onde estão localizadas as Unidades de Conservação, na melhor forma de buscar e ou garantir os benefícios sociais a que tem direito seus usuários, alem de, buscar projetos de desenvolvimento sustentáveis para as nossas populações tradicionais.
     Tivemos a participação do Sr. Roberto Ricardo Vizentin, presidente do ICMBio (Instituto Chico Mendes da Biodiversidade), que falou sobre as politicas publicas já implementadas nas RESEX Marinhas e da chamada publica de ATER para Extrativistas no estado do Pará. As RESEX Marinhas são São João da Ponta, Curuçá e Santarém Novo, tratou também das RESEX Marinhas em fase de criação. O presidente aproveitou o momento, para apresentar o nosso assessor direto junto a sua pessoa,  o Sr. Waldemar Londres Vergara Filho, gestor da RESEX Marinha Mocajuim de São joão da Ponta.
        A partir deste encontro onde foram elencadas as conquistas dos extrativistas marinhos do Estado do Pará, e as que, ainda deverão ser propostas de acordo com as características locais. 

Padre Nelson
  Estiveram presentes os Prefeitos de Bragança, Padre Nelson (nosso anfitrião) o Prefeito de Santarém Novo, Sei Ohaze, Prefeito de Quatipuru, Vice Prefeito de São Caetano de Odivelas, Vereadores de Primavera,  Salinópolis, São João de Pirabas, Tracuateua, Bragança, Viseu e representantes municipais, entre outros o Sr. Paulo Canavarro Secretario de Integração Municipal, representando a Sra. Nadege Passinho prefeita de Curuçá.




Sei Ohaze
Prefeito Sei Ohaze de Santarém Novo, reiterando o seu compromisso com a RESEX Marinha Chocoaré / Mato Grosso e com a sua AUREM. 







Paulo Canavarro








O Secretario de Integração Municipal de Curuçá, participando e buscando informações para desenvolver parcerias com  RESEX Marinha Mãe Grande de Curuçá e a AUREMAG.


                           



Luis Carlos Araujo de Farias, Presidente da CAUREM


A CAUREM (Central das Associações de Usuários das RESEX Marinhas do Estado do Pará) se fez presente com os seus sócios presentes e o seu  Presidente Sr. Luis Carlos Araujo de Farias.  













   As despesas foram patrocinadas parcialmente (50%) pela PM de Bragança (Centro Guadalupe), e o restante pelas prefeituras e outras parcerias. 

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013


CONVITE


A Coordenação Regional da CONFREM no Estado do Pará, em consonância com as AUREMs e Movimentos Pró-criação de Novas Resex Marinhas no Pará, convida Vossa Senhoria, para participar da “1ª Baixada por Vontade Política das Resex Marinhas do Pará”, que acontecerá no período de 21 a 25 de Janeiro de 2013, no Centro Guadalupe no Município de Bragança-PA.

Cordialmente,
Sandra Regina Gonçalves         
         P/Coordenação

  

“1ª Baixada por Vontade Política das Resex Marinhas do Pará”

Justificativa:
Com o objetivo de organizar, planejar, priorizar e consolidar as ações de mobilização e sensibilização comunitária no que tange a Gestão das Resex Marinhas no Estado do Pará, tendo por base resoluções construídas nos eventos nacionais (II Encontro Nacional da CONFREM e III Congresso do CNS) dos quais se tem interlocução.
          Frente a este exercício as Lideranças das Resex Marinhas do Pará, avaliam a necessidade de se encontrarem em janeiro de 2013 para realizar uma análise, debate e definição de prioridades refletindo o que aponta as resoluções dos Eventos Nacionais acontecidos no mês de Novembro 2012 no RJ e AP.
        Propõe-se a construção de um plano estratégico de desenvolvimento das bases Comunitárias das Resex Marinhas no Estado do Pará respeitando suas especificidades sócio/ambiental/econômico/cultural para o período 2013/2014.

Programação
       A Programação será de três (03) dias de debates, encaminhamentos de consenso, articulação política interna e Externa, apresentações de manifestações Culturais (Marujada) e outras afins relacionadas à culinária, contos, poesias, danças, teatros e/ou lendárias musicais.
O local proposto é o Município de Bragança, Centro Guadalupe.
Período de 21 a 24 de janeiro de 2013.

Conteúdo Programático:
21.01.13- Chegada tarde/noite, alojamento, credenciamento e Acolhida (Mística).
22.01.13- Exposição do panorama resolutivo comum das Resex Marinhas, nos eventos nacionais, discussão e sistematização do plano estratégico.
23.01.13- A Hora do Diálogo: Rodas de conversas com Gestores Municipais, Estaduais e Federais, com assinatura de parcerias pactuadas.
  • Noite de Estrelato: Jantar regionalizado,
  • Apresentações das diversidades culturais, Ladainhas, rezas, Marujada (com participação da mais sábia Extrativista “Tia Doca” de 107 Anos de idade capitoa da Marujada de Augusto Corrêa), Carimbó, Xote, Forró...               

24.01.13- Celebração da “Alvorada do Mangue!”.
25.01.13- Encerramento/Retorno

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Souatá 2013


Governo proíbe captura e venda do caranguejo-uçá no Nordeste

10/01/2013 - 11h27
Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O Ministério da Pesca e Aquicultura proibiu a captura, o transporte, o beneficiamento, a industrialização e a comercialização do caranguejo-uçá no Pará e nos estados do Nordeste no período de “andada”, quando, para se reproduzir, as animais saem das tocas e andam pelo manguezal.
De acordo com a instrução normativa, assinada também pelo Ministério do Meio Ambiente e publicada na edição de hoje (10) do Diário Oficial da União, as atividades ficam proibidas nas seguintes datas: de 12 a 17 de janeiro; de 28 de janeiro a 2 de fevereiro; de 11 a 16 de fevereiro; de 26 de fevereiro a 3 de março; de 12 a 17 de março e de 28 de março a 2 de abril.
Pessoas físicas ou jurídicas envolvidas na atividade deverão fornecer, até o último dia útil anterior aos períodos de proibição, ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) a relação detalhada dos estoques de animais vivos, congelados, pré-cozidos, inteiros ou em partes, preenchida conforme anexo também publicado no Diário Oficial da União.
O caranguejo-uçá é um importante recurso pesqueiro na Região Nordeste, que gera emprego e renda para milhares de famílias das zonas litorâneas.
Edição: Juliana Andrade

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

INCRA


Dilma esvazia Incra e amplia acordos locais para estruturar assentamentos

Sem alarde, governo inicia uma das mudanças mais profundas no órgão criado nos anos 1970

31 de dezembro de 2012 | 21h 55
Roldão Arruda, de O Estado de S. Paulo
Aos poucos, sem alarde e mesmo enfrentando resistência no meio do funcionalismo e dos movimentos de sem-terra, o governo está levando adiante um extenso projeto de reforma na estrutura do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Se concretizada, será a mudança mais profunda na instituição desde sua criação, em 1970, em pleno regime militar.
Veja também:

Novo modelo prioriza dar estrutura para os produtores  - Divulgação
Divulgação
Novo modelo prioriza dar estrutura para os produtores

Uma das principais características da mudança é a descentralização das atividades. As prefeituras, que sempre foram postas à margem da reforma agrária e, por isso mesmo, sempre tenderam a tratar os assentamentos federais como enclaves em seus territórios, estão sendo mobilizadas pela primeira vez.


Por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) - Equipamentos, municípios com até 50 mil habitantes vão receber motoniveladoras, retroescavadeiras e outras máquinas destinadas à melhoria das vias de acesso aos assentamentos da reforma. No caso das prefeituras que fecharem parcerias como Incra, comprometendo-se também a comprar parte da produção das famílias assentadas, o governo federal vai retribuir com o fornecimento de combustível.


Em entrevista ao Estado, o presidente do Incra, Carlos Guedes, observou que a medida vai permitir respostas mais rápidas às demandas dos assentamentos, além de garantir uma redução de quase 70% dos gastos.


O Incra também está transferindo para outras instituições públicas as tarefas de construir casas e levar água e energia elétrica às famílias assentadas. Em 2013, o Programa Minha Casa, Minha Vida, gerido pelo Ministério das Cidades, passará a ser operado dentro dos assentamentos, com um volume de crédito maior do que o ofertado pelo Incra. A meta é financiar a construção de 70 mil novas moradias e a reforma de outras 118 mil em dois anos.


O Ministério do Desenvolvimento Agrário, ao qual está subordinado o Incra, também fechou há pouco um acordo com o Ministério da Integração Nacional, que permitirá levar água a 30 mil famílias assentadas no semiárido nordestino. Quanto à extensão da rede de energia elétrica, a tarefa agora cabe ao Ministério de Minas e Energia, por meio do Programa Luz para Todos.


Uma das atividades mais politizadas e polêmicas do Incra, que é a seleção das famílias a serem beneficiadas pelo programa de reforma agrária, também será transferida. De acordo com um documento de três páginas que circula em Brasília, com um sucinto perfil do que deverá ser o Incra, as famílias serão selecionadas pelo Ministério do Desenvolvimento Social, de acordo com dados do Cadastro Único - o mesmo utilizado para os programas federais de transferência de renda, como o Bolsa Família.


Polêmica


Do conjunto de mudanças já iniciadas e que ainda virão, a mais polêmica refere-se à mudança do foco principal de ação. Mesmo não admitindo abertamente, para evitar atritos com o Movimento dos Sem-Terra (MST), o governo da presidente Dilma Rousseff irá se preocupar cada vez mais com a melhoria dos assentamentos existentes do que com a criação de novos.


Os dados acumulados até aqui já sinalizam claramente a mudança. O governo atual foi o que menos assentou famílias nos últimos 16 anos, segundo números do próprio Incra, apresentados recentemente em reportagem do Estado. Um outro levantamento, produzido pelo Núcleo Agrário do PT e divulgado pelo MST, revela que Dilma só ganha do presidente Fernando Collor de Mello em números de decretos de desapropriação de terras para a reforma.


Esses números não causam comoção no governo. Confrontado com as tabelas, Guedes tem dito que a meta não é criar assentamentos, mas sim assentamentos com qualidade, integrados a diferentes políticas de governo, com as famílias bem instaladas e capazes de produzir alimentos. A meta é por abaixo a ideia de que assentamento seria sinônimo de favela rural.


Com a descentralização de algumas atividades, a direção do Incra acredita que pode se concentrar em atividades voltadas para a produção. Planeja reduzir a burocracia para acesso ao microcrédito, melhorar o nível de assistência técnica e favorecer a compra da produção. Segundo Guedes, o número de famílias vinculadas ao Programa de Aquisição de Alimentos deve triplicar na próxima safra, passando de 15 mil para 45 mil famílias.